Nos anos 1940 o cinema era uma das maiores fontes de entretenimento, o desejo e a paixão pelos filmes na tela tinham uma relação diferente com o expectador. Relações mudam, se transformam, mas continuam vivas. Assim aconteceu também entre cineastas e suas obras.
Nessa década vivia-se o que pode ser o maior movimento cinematográfico da história: O Cinema Noir. Movimento este, representado por filmes como Citizen Kane, Casablanca e The Maltese Falcon. Não existiam escolas de cinema. Aprendia-se fazendo novos filmes, testando, errando e observando colegas de trabalho.
Vivemos em tempos que produzir um longa-metragem tem alguns requisitos, um deles é o estudo. Estudo de clássicos como os filmes Noir. Mas não era de conhecimento dos Diretores e Diretores de Fotografia contemporâneos as características que demarcavam essa movimento, eles apenas as faziam. O cinema reconhecido pela sua iluminação dura, sombras marcadas e a presença de uma Femme Fatale, era exibido pelo clássico preto e branco nas telas.
O mais novo filme da Phantoxe resgata os anos 1940. Não só em sua narrativa e figurino, mas é um elemento forte na Direção de Fotografia também.
New Perspective é um Fashion Film que se inicia em um bar, tem uma estética vintage, entretanto moderna.
Com uma narrativa de espionagem, subverte-se o Noir, encontramos a Femme Fatale como protagonista, e o charmoso homem como apenas uma ferramenta para a elegante moça. Ainda com a estética de luzes duras, e grandes massas de escuridão, deixa-se para a história e para os livros o célebre preto e branco. A cinematografia ousa em luzes neon, se aproximando de filmes modernos como Neon Demon e Atomic Blonde.
Com total conhecimento do movimento Noir, os filmes hoje produzidos optam conscientemente por se aproximar, ou afastar de certas escolas do cinema. New Perspective teve, desde sua origem, intenção de fazer uma releitura sobre os anos 1940, portanto, a estética abordada pelo Diretor de Fotografia não seria diferente. Uma ode à cinematografia de luzes duras e sombras ressaltadas, que assina o Cinema Noir, mas com traços de modernidade.